quinta-feira, 20 de maio de 2010

Curiosidades sobre anestesias

Este comentário é uma resposta ao questionamento em sala de aula a respeito das anestesias. Porém como dito anteriormente eu não tinha conhecimentos suficientes para sustentar uma resposta sólida. Logo, as definições aqui postadas tem como fonte o site: www.anestesiologia.com.br

O que é anestesia geral

Anestesia Geral é um termo utilizado para designar uma técnica anestésica que promove inconsciência (hipnose) total, abolição da dor (analgesia / anestesia) e relaxamento do paciente, possibilitando a realização de qualquer intervenção cirúrgica conhecida. Pode ser obtida com agentes inalatórios e/ou endovenosos.
A indução da anestesia é o período de transição inicial do paciente que se encontra acordado para o estado de inconsciência, característico da anestesia geral.
A anestesia inalatória pura é bastante utilizada em crianças (anestesia pediátrica), obtendo-se a indução da anestesia com uma mistura de gases (oxigênio + ar comprimido ou oxigênio + óxido nitroso ou ainda oxigênio puro) com um agente anestésico inalatório (exemplos: halotano, sevofluorano), administrado através de uma máscara facial (o popular “cheirinho”).

Já em pacientes adultos, a indução mais utilizada é a endovenosa: o médico anestesista “pega uma veia” e injeta medicações que farão o paciente dormir, promoverão relaxamento muscular (que é vital para a realização de alguns tipos de cirurgias) e, é claro, medicações que vão abolir a dor.
Na manutenção da anestesia, tanto em crianças como adultos, podem ser utilizados agentes venosos e/ou inalatórios, administrados conforme as necessidades individuais do paciente e de características do procedimento cirúrgico.

Na anestesia geral é comum que a função respiratória seja complementada com aparelhos chamados ventiladores mecânicos (ou respiradores artificiais). Nesses casos, os pulmões são conectados ao aparelho através de um tubo que é inserido na traquéia do paciente. A intubação traqueal é um procedimento especializado, realizado pelo médico anestesiologista, e que, ao contrário do que se pensa popularmente, costuma conferir grande segurança ao ato anestésico.


O que é sedação consciente?
Não se trata de anestesia geral, pois quando utilizado corretamente, mantém o paciente colaborativo e com seus reflexos de proteção íntegros. Administrado por um dispositivo nasal, não implica em entubação orotraqueal, nem em ventilação mecânica, sendo que o paciente preserva o controle da respiração. Devido às características do N2O, que não é metabolizado e é elimenado rapidamente pela via respiratória, a sedação pode ser revertida brevemente, num período de 3 a 5 minutos, caso seja necessário. Não é considerada boa prática a administração concomitante de qualquer outra droga depressora do sistema nervoso central, ao menos em consultórios odontológicos. Também não se trata de um substituto para a anestesia geral, a qual tem seu lugar na prática da odontologia e exige estrutura hospitalar para ser realizada.

O que é anestesia regional?
Anestesia regional é uma denominação que engloba uma série de técnicas anestésicas distintas tanto na execução quanto na indicação. Estas técnicas têm em comum o fato de a anestesia ser produzida através de um anestésico local e ser circunscrita a uma determinada área do corpo. São técnicas de anestesia regional:

1)Bloqueios tronculares: um determinado nervo é bloqueado através da deposição de anestésico local sobre ele. Algumas anestesias para odontologia são bloqueios tronculares.

2)Bloqueios de plexo: bloqueamos um conjunto de nervos responsáveis pela sensibilidade de uma determinada área. Como exemplo podemos citar os diferentes bloqueios do plexo braquial, utilizados em cirurgias do membro superior ( ombro, braço, cotovelo, antebraço e mão).
)Bloqueios espinhais: neste caso, os anestésicos locais são utilizados a fim de bloquear a passagem do impulso doloroso pela medula espinhal. As técnicas utilizadas são a raquianestesia (ou simplesmente raqui e a peridural).

Como na anestesia local , o tempo de duração de uma anestesia regional varia conforme a região infiltrada, as características do anestésico empregado, bem como sua quantidade e concentração e as características individuais de cada paciente. Pode ser prolongado indefinidamente com a instalação de catéteres que permitem que doses adicionais de anestésico sejam aplicadas. A utilização de catéteres também constitui artifício para controlar a dor no período pós-operatório.

Anestesia Espinhal
Denomina-se anestesia espinhal ao procedimento anestésico realizado com o objetivo de bloquear os estímulos dolorosos que são conduzidos através da medula espinhal. Basicamente podemos fazer isto através de duas técnicas anestésicas: a raquianestesia e a peridural (e sua variante, a caudal).

A medula espinhal é parte do Sistema Nervoso Central, ocupando o canal vertebral da coluna. É da medula espinhal que emergem quase todos os nervos responsáveis pela nossa sensibilidade (tátil, térmica, dolorosa) e pela motricidade voluntária(movimentos).

A medula espinhal é envolvida pelas meninges. Meninges são membranas que revestem todo o Sistema Nervoso Central, do encéfalo (cérebro) até o final da medula espinhal. São essas membranas que delimitam os espaços epidural (ou peridural) e subaracnoídeo, importantes para que possamos entender como são realizadas as anestesias espinhais e as diferenças entre elas.

São três as meninges: a pia-máter (que está em contato mais íntimo com a medula), a aracnóide (localizada entre a pia-máter e a dura-máter) e a dura-máter, mais externa e mais espessa.

Pois bem, o espaço entre a pia-máter e a aracnóide é preenchido pelo Líquor ou Líquido Céfalo-raquidiano (popularmente conhecido como "líquido da espinha"). Este espaço, chamado subaranoídeo, é aquele que atingimos quando desejamos realizar uma raquianestesia. O anestesiologista localiza este espaço ao observar saída de líquor através da agulha de raqui. São perfuradas duas meninges para se realizar esta técnica: a dura máter (mais externa) e a aracnóide (um pouco mais interna).

A anestesia peridural é realizada sem que qualquer meninge seja perfurada. Trata-se de depositar o anestésico no espaço epidural (epi = acima), antes da dura-máter. O anestesiologista localiza este espaço através de duas técnicas diferentes, muito específicas para serem expostas aqui.


Raquianestesia
Denomina-se raquianestesia ( bloqueio subaracnóideo ) a anestesia que resulta da deposição de um anestésico local dentro do espaço subaracnoídeo. Ocorre bloqueio nervoso reversível das raízes anteriores e posteriores, dos gânglios das raízes posteriores e de partes da medula, advindo perda da atividade autônoma, sensitiva e motora. São indicadas para cirurgias de abdômen e extremidades inferiores, inclusive para cirurgias obstétricas ( parto vaginal e cesariana ).

Como a medicação é depositada dentro do Líquor, é necessária apenas uma pequena quantidade de anestésico local para produzir anestesia altamente eficiente. Trata-se de uma importante vantagem da raquianestesia sobre a peridural, pois trabalha-se com um risco de intoxicação por anestésicos locais muito próximo de zero.

A desvantagem mais conhecida da raquianestesia é a cefaléia pós-punção (nome técnico para a dor de cabeça que pode aparecer quando perfuramos a dura-máter). A explicação mais aceita para esta condição é relacionada com o "furinho" que fica por alguns dias na dura máter e provocaria perda de líquor do espaço subaracnoídeo, causando a dor de cabeça.

Com a introdução de agulhas mais finas, descartáveis e menos traumáticas, esta técnica novamente ganhou grande impulso. Porquê a incidência de cefaléia diminuiu tanto com este novo material ??? A resposta é simples: agulhas melhores fazem "furinhos" menores nas meninges, ocasionando menor escape de líquor e menor probablidade de cefaléia.

A simplicidade de realização, o excelente controle do nível de anestesia que proporciona, a excelente qualidade do bloqueio sensitivo e motor, o baixo custo e a segurança do procedimento explicam por que esta é uma das técnicas anestésicas prediletas do anestesiologista brasileiro.


Anestesia peridural
Obtém-se a anestesia peridural injetando uma solução de anestésico local no espaço epidural. São indicadas para cirurgias abdominais, parto vaginal, cesáreas, cirurgias ginecológicas, urológicas, plástica de abdômen e outras da extremidade inferior. Também podem ser indicadas em associação com anestesia geral para a realização de cirurgias torácicas.


Heeeee!!!! Acho que agora sabemos uma pouco mais sobre anestesias. O que éimportante salientar a respeito deste assunto é que este procedimento sempre deve ser realizado por profissional especializado.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A ciência por trás do CSI

por Tom Harris - traduzido por HowStuffWorks Brasil, adaptado por Marcela ReisO CSI  ou investigação criminal, é uma famosa série americana sobre o cotidiano de peritos criminais de Las Vegas, ou como no Brasil são chamados “criminalistas”. A série já esta no ar a dez anos e aqui em terras tupiniquins esta sendo reprisado toda a séria pela rede Record. Como acompanho esta série desde o início pude perceber a evolução da própria ciência sendo empregada para desvendar os crimes. A série é composta de vários personagem, cada um com sua especialidade. Biólogos, químicos, físicos, enfim eles mesmos se intitulam cientistas. É claro que se tratando de ficção, muitas das teorias desenvolvidas na série são toscas, mas vou comentar sobre algumas das técnicas mais empregadas na busca de pistas.

Neste artigo, descobriremos como o composto, conhecido como luminol, pode revelar pistas ocultas em um crime. Como veremos, este produto químico é incrível, mas possui algumas desvantagens e limitações que não são geralmente mostradas na TV. Vamos começar falando sobre o luminol, pois poderemos revisar alguns conceitos de química, bioquímica e biologia celular.

O que o luminol faz?

Grande parte da investigação da cena do crime é baseada na noção de que nada desaparece sem deixar uma pista. Isto é particularmente verdadeiro no caso de vítimas de crimes violentos. O assassino pode se livrar do corpo da vítima e limpar as manchas de sangue, mas sem alguns produtos químicos de limpeza pesada sempre haverá algum resquício. Minúsculas partículas de sangue se prenderão às superfícies que foram atingidas há anos, sem que ninguém jamais saiba que estavam ali.

O princípio do luminol é revelar traços de sangue através de reação química geradora de luz entre diversas substâncias químicas e a hemoglobina, aquela proteína presente no sangue responsável pelo transporte do oxigênio. As moléculas se quebram e os átomos rearranjam-se para formar diferentes moléculas. Nesta reação em particular, os reagentes (moléculas originais) têm mais energia que os produtos (moléculas resultantes). As moléculas se livram da energia extra sob a forma de fótons de luz visível. Este processo, geralmente conhecido como quimiluminescência, é o mesmo fenômeno que faz com que os vaga-lumes brilhem no escuro e você também já deve provavelmente ter usado aquelas pulseiras luminescentes em formaturas. Os investigadores pulverizam uma área suspeita, apagam as luzes, fecham as cortinas e procuram por uma luz verde ou azulada. Se houver traços de sangue na área, essas luzes aparecerão.

A reação química


O produto químico principal nesta reação é o luminol (C8H7O3N3), composto cristalizado a base de nitrogênio, hidrogênio, oxigênio e carbono. Os criminalistas misturam o pó de luminol com um líquido contendo peróxido de hidrogênio (H2O2), um hidróxido (OH-) e outros produtos químicos e despejam o liquido em um borrifador. O peróxido de hidrogênio e o luminol são os principais agentes da reação química, mas para que produzam um brilho forte, precisam de um catalisador para acelerar o processo, neste caso os íons de ferro contido na proteína hemoglobina do sangue.

Para executar um teste com luminol, os criminalistas pulverizam a mistura em qualquer lugar onde possivelmente tenha traços de sangue, ou seja, onde possivelmente ocorreu uma luto ou o crime. Se a hemoglobina e a mistura de luminol entram em contato, o ferro na hemoglobina acelera a reação entre o peróxido de hidrogênio e o luminol. Nesta reação de oxidação, o luminol perde átomos de nitrogênio e hidrogênio e adquire átomos de oxigênio, resultando em um composto denominado 3-aminoftalato. A reação deixa o 3-aminoftalato em um estado de energia mais elevado, pois os elétrons dos átomos de oxigênio são empurrados para orbitais mais elevados. Os elétrons retornam rapidamente para um nível de energia menor, emitindo a energia extra em forma de um fóton de luz. Com o ferro catalisando (acelerando) o processo, a luz brilha o suficiente para ser vista em um ambiente escuro.

Como os investigadores usam o luminol


Se o luminol revelar traços aparentes de sangue, os investigadores irão fotografar ou filmar a cena do crime para registrar a amostra. Normalmente, o luminol apenas mostra aos detetives que pode haver sangue na área, já que outras substâncias, inclusive água sanitária doméstica, podem fazer com que o luminol brilhe. Os investigadores experientes podem fazer uma identificação confiável baseada na velocidade em que a reação ocorre, mas ainda precisam fazer outros testes para verificar se realmente se trata de sangue humano (nestes casos, entram outras técnicas de biologia molecular, que iremos discutir em uma próxima postagem).

O luminol sozinho geralmente não resolve um caso de assassinato. É apenas mais um passo no processo investigativo. Mas ele pode revelar informações essenciais para fazer com que uma investigação possa avançar. Amostras ocultas de sangue, por exemplo, podem ajudar os investigadores a localizar o ponto de ataque e até que tipo de arma foi usada (uma bala faz o sangue espirrar de maneira diferente de uma faca). O luminol pode também revelar leves marcas de sangue em sapatos, proporcionando aos detetives dados valiosos sobre o atacante e o que ele pode ter feito depois do ataque.

Em alguns casos, o luminol pode conduzir os investigadores a mais evidências. Se ele detecta traços de sangue em um tapete, por exemplo, os detetives provavelmente puxarão o tapete para descobrir sangue visível nas tábuas do assoalho.

O luminol é uma ferramenta definitivamente valiosa para o trabalho da polícia, mas não é predominante para a investigação do crime, como mostram alguns programas de TV. A polícia não vai entrando na cena do crime e pulverizando cada superfície visível. O problema com o luminol é que a reação química pode destruir outras evidências na cena do crime. Por esta razão, os investigadores apenas usam luminol após explorarem as outras opções.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mas o que é ciência?

Acho que para começar vamos falar primeiramente sobre o que é a "ciência". Ciência (do Latim scientia = "conhecimento") refere-se a todo conhecimento ou prática sistemática. Trocando em miúdos, refere-se a algo que os universitários e pós-graduandos tem gerealmente horror... o tal do método científico. Significa realizar uma pesquisa no âmbito prático, teórico ou ambos, que geralmente culmina na defesa (aceitação) ou recusa de uma hipótese. Falando assim, parece chato... mas não é. Fazer ciência e pesquisa é uma tarefa muito empolgante, porém é o que sempre digo... é para poucos, mas traz contribuições para muitos. Neste contexto a ciência que será descrita no blog é a natural que estuda o universo, que é entendido como regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos e não humanos. Isso inclui os subcampos Astronomia, Biologia, Física, Química, Geografia e Ciências da Terra.